A partida de Yosemite foi em uma manhã ensolarada, após mais uma tentativa em alguns boulders. O caminho feito para sair do parque foi através da Tioga Road que geralmente fica fechada durante o inverno (Não sabíamos o motivo até passar por ela: Percebemos o quão exposta e de encostas erosivas ela era. E dirigir ali, com neve, deve ser um total suicídio). Esta estrada atravessa o parque do Valley até chegar no Mono Lake, do outro lado do estado da Califórnia, perto de Nevada. Durante seu trajeto, fomos presenteados com paisagens maravilhosas, as quais são melhores descritas em fotos do que em texto:
Tuolumne Meadows
Dana Meadows com neve
Depois que essa linda estrada terminou, ela ficou monótona... mas só até chegar em Bishop!
BISHOP! Finalmente!
Caramba, por onde começar? - Essa era a pergunta cruel. Tínhamos em mãos o guia Bishop Bouldering (Wills Young e Mick Ryan) e posso dizer que foi a melhor compra da REI. O guia é completo, além de contar sobre a cidade (Hotéis, restaurantes, lojas, etc.) ele descreve detalhadamente os boulders com fotos coloridas, é perfeito! Já havíamos decidido ir para os Happies mas a infinidade de pedras e problemas nos fizeram parecer crianças em loja de doces.
O tempo na cidade, quando chegamos, era de extremo calor. O ar era seco e aquele jeito de deserto fez nossas rinites acordarem. Mesmo com o sol na cabeça, ainda naquele êxtase inicial, entramos em vários boulders e aproveitamos pra pegar uma corzinha indesejada (E mais tarde remediada com muito creme hidratante, deuses!). Passado a euforia da chegada, caçamos os boulders que estavam na sombra, e olhe lá.
Nessa época do ano o acampamento de escaladores da região, o Pit, fica fechado e por isso acabamos abandonando a idéia do camping pelo fato do clima ser bem inóspito e de não ter água (Isso, nada mesmo) por lá. Agradeço até hoje a essa decisão porque no dia seguinte desse sol imperdoável... nevou. Pois é, as lindas montanhas que cercam Bishop (Que se situa em um vale) ficaram com seus topos branquinhos! E a partir daí nem preciso dizer que só escalamos novamente no sol pois a friaca que chegou fazia nossos dedos dormentes! Eu que sou friorenta então, quase morri até acostumar com a virada. Os ventos cortantes também era imperdoáveis. O Cláudio, com seu espírito muito mais empreendedor que o meu, diga-se de passagem, trabalhava os problemas com o vento quase tirando ele da agarra. Isso sim é ser focado!
O fato de dormirmos em um hotel nos deixou muito mais dispostos para escalar dias seguidos a fio. O gasto é maior mas, pesquisando pela cidade, encontramos este hotel familiar e a sua média de preço por cabeça era $29, praticamente o preço de um albergue, tirando o fato que você tem uma suíte particular e limpa, com chuveiro bom e a possibilidade de usar sua cozinha caso queira preparar suas próprias refeições (Pagando uma taxa pela utilização). Deixo a dica para quem quiser: Lakeview Motel, 2296 N. Sierra Hwy. (Na rodovia, praticamente no ínicio da cidade).
Tá bom, deixa eu falar logo da escalada nos Happy Boulders: In-crí-vel! Eu, com certeza, me identifiquei muito mais com o estilo atlético que as pedras vulcânicas deste canyon nos proporcionaram. Muita buraqueira e agarrões com movimentos dinâmicos e posicionamentos exigentes. Fiz muita força nesses blocos e saí totalmente feliz de lá. Cada problema mais lindo que o outro, com movimentações que nos dão gosto pela sua beleza de execução. E haviam muitas áreas com muitos blocos, cada bloco com vários problemas e, enfim... acho que já deu para entender porque praticamente passamos todos os dias neste setor.
Para não dizer que não tentamos, visitamos a área dos Buttermilks e seus gigantescos clássicos. Infelizmente, a altura dos highballs e o frio nos deixou um pouco intimidados. Brinquei no famoso Iron Man, uma travessia super gostosa de se trabalhar, e voltamos aos Happies onde o tempo era mais quente(!) do que lá - Acreditem se quiser.
O cansaço realmente bateu no último dia de escalada quando a vontade de tentar mandar tudo o que tínhamos trabalhado durante os últimos dias, brigava com o esgotamento total de quase nenhum dia de descanso, fuso horários, climatização, horas dirigindo nas estradas e a falta de pele! Mas apesar de tantos contras, só trouxemos os prós de volta para casa. Foi uma viagem sem metas mas com muitas experiências ganhas. E o meu maior desejo para uma próxima é ter mais tempo em cada lugar para poder focar nos projetos possíveis para o meu grau.
Vídeo mostrando um pouco dos Happies
Ah! E não, não encontramos o Rodras por lá! What a shame, dude!
2 Comments:
oi Yuri!!!Nossa, que lindas suas fotos de Yosemite,deve ter sido uma viagem maravilhosa.Tenho uma conhecida morando lá, a Ju Peters uma grande escaladora daqui de Floripa.Vc a viu? E no mais muita correria por aí? Aqui, estamos voltando de sapos a escaladores de novo depois de 4 semanas!!de chuva...beijos e boas escaladas
Oi, Alê! Nossa, com certeza... essa viagem foi pra guardar no coração. Muito bom mesmo!!! E obrigada por lê-la. :-D
Não sei o que houve mas o que não vimos por lá foram brasileiros (Que milagre!). Tinha tudo quanto era gente do mundo mas só a gente de brazuca mesmo. Que pena, se eu soubesse tinha mandado email antes!
Estou voltando à correria hoje. E o tempo está instável por aqui mas bem quente! Salve o Rio! :-D
Beijocas, mulher!
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